terça-feira, 8 de junho de 2021

Dinâmicas Territoriais em Albergaria-a-velha

Albergaria-a-Velha: Evolução da malha urbana


Como se observa no anexo III.20, eram poucas as ruas que se podiam identificar no núcleo urbano de Albergaria-a-Velha, até ao séc. XVII. As vias existentes correspondiam, maioritariamente, aos eixos de ligação entre os lugares do Concelho e deste com as principais aglomerações urbanas vizinhas. A malha urbana assinalada nesta figura manteve-se praticamente inalterada até meados do séc. XIX. A via mais importante correspondia à antiga estrada real, com orientação aproximada norte-sul, desenvolvendo-se no eixo atualmente formado pelas ruas Comendador Augusto Martins Pereira, Dr. Nogueira Melo, Mártires da Liberdade, de Santo António, do Hospital, Dr. Alexandre Albuquerque e 1º de Dezembro. Este era o principal eixo da urbe e onde se concentravam os principais estabelecimentos comerciais. Nesta zona, em particular entre a Rua dos Mártires da Liberdade e a Rua do Hospital, existia uma maior densidade de arruamentos e edifícios, formando uma malha urbana mais densa, sendo a principal centralidade da urbe. É possível ainda identificar algumas vias de ligação aos lugares do Jogo, Cruzinha e Açores, entre as quais uma via que mais tarde daria origem às ruas da Lapa e Serpa Pinto, assim como uma via com orientação oeste-este, de ligação a Valmaior, atualmente a Rua Dr. Brito Guimarães.

As restantes vias existentes tinham por finalidade a ligação aos lugares vizinhos, como Assilhó, que nesta época constituía ainda um lugar autónomo da urbe, separado fisicamente do centro urbano de Albergaria-a-Velha. A ligação entre estes dois lugares processava-se unicamente através da Rua Gonçalo Eriz. Em Assilhó, o edificado concentrava-se a este da Ribeira de Albergaria, sendo este o seu núcleo mais antigo e onde surge uma maior densidade de ruas e vielas, assim como a Capela. A sudoeste deste lugar desenvolve-se uma via que permitia a ligação aos lugares situados a sul, entre os quais Frias, Alquerubim e São João de Loure. A ligação de Albergaria-a-Velha a Campinho e ao Sobreiro processava-se através do atual eixo formado pelas ruas Eng.º Duarte Pacheco e da Santa Cruz, sendo possível identificar uma nucleação mais evidente na confluência entre estas ruas e a das Cruzes, também já existente à época.

Na segunda metade do séc. XIX, iniciam-se os trabalhos de expansão da malha urbana, com a abertura de novas ruas, assim como a construção de alguns equipamentos, entre os quais o abastecimento de água e lavadouros. Após as necessárias expropriações de terrenos e casas, inicia-se a construção de um novo centro cívico, a Praça Nova, atual Praça Comendador Ferreira Tavares, onde se instalou mais tarde os Paços do Concelho. Daqui rasgaram-se novas ruas, como a Rua Castro Matoso, a Rua Miguel Bombarda e a Alameda 5 de Outubro. Atualmente, o quarteirão formado entre a rua dos Mártires da Liberdade, a rua do Hospital e a Praça Comendador Ferreira Tavares é considerado o Centro Histórico de Albergariaa- Velha. Como se pode observar na Carta Militar de 1945 (anexo III.21), a malha urbana manteve-se praticamente inalterada desde os primeiros anos desse século, sendo que as únicas alterações significativas foram a construção da Linha do Vale do Vouga e da correspondente estação, em 1910, na Alameda 5 de Outubro, a ligação desta à Rua Comendador Martins Pereira, através da Rua Serpa Pinto e do Serrado, a Avenida Bernardino Máximo de Albuquerque, na década de 30 do século XX, o prolongamento da Rua Marquês de Pombal, para nordeste, e a construção da N16, também na década de 30, fazendo o aproveitamento da ligação existente até Valmaior.

A dinamização decisiva da malha urbana acontece apenas a partir das décadas de 60 e 70, acompanhando a dinâmica populacional evidenciada pelo Concelho. Ainda na década de 60, procurando dar resposta ao crescente tráfego da EN1, que atravessava o lugar de Albergaria-a-Velha através das ruas Comendador Martins Pereira, Dr. Nogueira Melo, Mártires da Liberdade, de Santo António, do Hospital, Dr. Alexandre Albuquerque e 1º de Dezembro, causando graves constrangimentos ao ambiente urbano, é construída a variante de Albergaria. Esta localiza-se a nascente deste eixo, separando fisicamente a vila dos lugares do Jogo, Cruzinha e Açores. Ainda que, numa primeira fase, tenha criado alguns constrangimentos pelo corte que provocou em algumas ruas, acabou por se constituir como uma barreira ao crescimento desordenado da urbe em direção a nascente, delimitando o seu perímetro urbano, ao mesmo tempo que libertava as ruas referidas do tráfego regional, conferindo a estes arruamentos as características necessárias para desempenharem funções urbanas de cariz local.

Em 1968, inicia-se a construção do mercado municipal em  terreno anexo à Avenida Bernardino Máximo de Albuquerque, e na década de 1970 são construídas a Escola Preparatória  Conde D. Henrique e a Escola Liceal e Comercial (atual Secundária), em terrenos agrícolas não urbanizados (com a  exceção do bairro Napoleão, entretanto demolido) localizados a oeste da Linha do Vouga, numa encosta voltada a poente.  

Com a construção destes equipamentos de ensino, rasgaram-se novas vias que permitiram a sua ligação à urbe, entre as  quais a Rua Américo Martins Pereira e, alguns anos mais tarde, a Rua do Vale. Durante esta década, foi também projetado e deu-se início à construção do arruamento do vale localizado entre Assilhó e a Av. Bernardino Máximo de Albuquerque, e as novas escolas, criando-se uma nova zona habitacional denominada por Novos Arruamentos (das Escolas Técnicas). Esta nova configuração da malha urbana pode ser observada na Carta Militar de 1977 (anexo III.22). Nesta carta, observa-se que a urbanização nos lugares de Campinho, Sobreiro, Açores e Sr.ª do Socorro era ainda muito incipiente, restringindo-se à ocupação marginal das vias primitivas.

O desenvolvimento da malha urbana, adquirindo a configuração que se conhece hoje, acontece apenas no final do anos 80 e durante a década de 90 e seguintes. Em 1983, inicia-se a construção da Zona Industrial de Albergaria-a-Velha, a norte do aglomerado urbano. Em Albergaria-a-Velha, assiste-se a uma densificação da malha urbana, em particular nos Novos Arruamentos, tanto a nordeste, pela ocupação do vale, como a sudoeste, pela nova ligação a Assilhó, através da Av. 25 de Abril; e no eixo da Rua 1º de Dezembro/Rua Dr. Alexandre Albuquerque. Assiste-se também à abertura de novas frentes urbanas no setor sudeste, através de novas vias perpendiculares à Comendador Martins Pereira, entre as quais a Urbanização das Laranjeiras (construída no local do antigo parque desportivo da Alba), a Rua Padre Matos, a Rua Bernardino Correia Teles e a Rua do Vale, que adquire finalmente a configuração atual. Em Campinho, o edificado, que se concentrava no eixo primitivo das ruas Eng.º Duarte Pacheco, de Santa Cruz e Marquês de Pombal, começa a ocupar os terrenos agrícolas que o circundavam, tanto a oeste, pela ligação da Rua do Agro à Rua das Cruzes, e desta à Rua de Santa Cruz pela Rua da Carvoeira; como a este, pela ligação definitiva da Rua do Reguinho à Av. Afonso Henriques e pela construção, na última década, da urbanização de Santa Cruz; e a norte, pela ocupação dos terrenos situados a norte da Rua Marquês de Pombal e da Av. Afonso Henriques, facilitada pela abertura de novas vias de acesso à Zona Industrial. Em Assilhó, dada a exiguidade de espaço no seu núcleo original, a expansão da malha urbana ocorre a oeste da Ribeira de Albergaria, na zona designada como “Alto de Assilhó”, sem um padrão evidente de desenvolvimento e configuração. Na Sr.ª do Socorro, impulsionada pelo encerramento de uma unidade industrial que aí se encontrava, continua a ocupação linear da EM 556 através de moradias unifamiliares, não permitindo, desta forma, a criação de um núcleo urbano e de uma centralidade. No Sobreiro, a evolução da malha urbana acompanha a tendência histórica de ocupação linear da antiga N16. Nos restantes lugares, a evolução da malha urbana está condicionada à ocupação marginal e densificação das vias existentes, sem um padrão de desenvolvimento explícito ou programado.

"Dinâmicas Territoriais em Albergaria-a-velha"
João Pedro Bastos
Dissertação de Mestrado (2014)

http://hdl.handle.net/10316/26569

(pg. 121-124)

quinta-feira, 8 de abril de 2021

As mudanças que o 25 de abril trouxe a Portugal

Amaro Neves foi diretor do jornal Beira Vouga no período imediatamente antes e depois da Revolução dos Cravos. O Correio de Albergaria esteve à conversa com o professor para saber as principais mudanças que se registaram passados 41 anos depois da Revolução que marcou o país.

Correio de Albergaria (CA): De que forma Albergaria-a-Velha entrou na sua vida?

Amaro Neves (NA): Eu fui convidado para ir trabalhar para a Escola Preparatória de Albergaria talvez em agosto de 1970 e trabalhei lá 2 anos. Nessa altura, o mundo de Albergaria era um mundo muito fechado mas a Escola Preparatória era uma lufada de ar fresco.

Aí, contatei com o Diretor do Arauto de Osseloa e também com o Beira Vouga que tinha uma tiragem quinzenal. Entretanto, vim fazer o estágio ao Liceu de Aveiro para o ensino secundário e fiz o exame de estado. O diretor da Escola Preparatória de Albergaria na época foi residir para o Porto e terá deixado a indicação que eu podia ser o diretor. O Presidente da Câmara na altura, José Nunes Alves, chamou-me para conversar e convidou-me para assumir o lugar. Eu confesso que era muito novo, tinha 31 anos mas conhecia a escola e aceitei. Fiquei por lá, isto em 1973. Em 1974 deu-se o 25 de abril e todos os diretores foram exonerados.

CA: E como surgiu a ideia de se tornar diretor do Beira Vouga?

NA: Nessa altura, falava frequentemente com o Presidente da Câmara e um dia ele lançou-me o desafio de eu assumir a direção do jornal Beira Vouga. Em setembro, outubro ou novembro de 1973 eu aceitei. O atual diretor, Homem Ferreira era um indivíduo com quem tive muito boas relações de amizade. Tornei-me diretor oficial em fevereiro ou março de 1974.

CA: E sentiu os efeitos da PIDE?

NA: Eu já tinha colaborado com outros jornais, já sabia o incómodo da PIDE, já me tinham batido à porta duas vezes. Em Albergaria beneficiava de alguma liberdade concedida pelo Presidente da Câmara mas não podíamos abrir, diretamente, qualquer assunto para o jornal. Dávamos o destaque possível com algumas limitações. Deu-se o 25 de abril. Passados 3 ou 4 semanas começo a receber o jornal, já montado, vindo do concelho de revolução de Lisboa. O jornal vinha todo feito. Aí, começamos a ter alguns desacertos com o proprietário do jornal.

Após o 25 de abril, houve uma invasão de anarquia pelo país fora. Tudo aquilo que eram instituições com alguma estabilidade sentiram-se agitadas. Apareceu muita gente como pseudo intelectuais, candidatos a muitas coisas que sabíamos que nem tinham habilitações para tal. Foi uma onda terrível. Gerou o pânico. As pessoas começaram a viver numa situação de grande instabilidade. Naquele contexto, não quis manter-me no jornal. Os artigos, todos eles, contra aquilo que era o dia 24, os textos apareciam todos fabricados por gente que eu não sabia quem era, numa linguagem de acusação contra A, contra B e contra C à qual eu também não gostaria de me associar. Talvez em setembro, outubro de 1975 comuniquei que nunca mais voltaria ao jornal. Entendi que era insuportável.

CA: E atualmente, como vê o jornalismo em Portugal?

NA: Entretanto, entre outras coisas, fui coordenador e diretor de um curso de jornalismo. Tínhamos a preocupação de que houvesse princípios orientadores assentes no trabalho, no bom desempenho pessoal, não valorizávamos o crime nem aquelas situações que são, hoje em dia, motivo para figurar na primeira página. O crime, o boato, são coisas muito apetecíveis para a informação de hoje mas não tinham cabimento na altura.

Há jornalistas que eu admito que tenham uma formação dentro daqueles mesmos princípios embora, hoje, tenham dificuldade em cumpri-los e há muita gente que é chamada para o jornalismo sem ter formação. Hoje, a preocupação é muito mais em tiragens, às vezes folheio jornais e não vejo uma única noticia que me interesse do ponto de vista do enriquecimento cultural ou moral. Publicita-se a fraude da mesma forma que se publicita uma coisa boa, lado a lado. A informação hoje é mais virada para o vender.

Hoje não temos a PIDE mas era bom que houvesse um órgão regulador que retirasse a pressão e o controlo da informação que fazem para que, cada um, consciente do que representa a sua carta de jornalismo, pudesse assumir a defesa daquilo que escreve. Isso dava confiança a um bom jornalista e fazíamos bons profissionais.

A educação de hoje também não é a educação dos professores formados com rigor e dedicação. Isso, atualmente, perdeu-se. Eu acompanho a formação dos meus netos e vejo que as exigências e a própria escola no seu todo não se ajustou a uma sociedade que deve ser responsável preparando para o trabalho. Hoje importa ganhar bem, ter um bom carro. Não era essa a ambição na minha altura. Queríamos viver bem mas não podíamos ir muito além do que estava ao nosso alcance e sempre com legitimidade.

CA: Considera que o jornalismo impresso vive em ameaça?

NA: O jornalismo em papel não acaba, penso eu. Uma coisa é a informação de imagem, aquela momentânea e outra coisa é o jornal que, sendo credível, fica como referência e faz história. Não quer dizer que as outras imagens não possam fazer história mas, sabemos bem como é fácil manobrar uma imagem, criar uma situação de um faz de conta para captar a imagem. Se o jornalismo for sério, ele fica como marca e por isso quando queremos averiguar algum acontecimento de comportamento social ou de evolução social vamos aos jornais de referência e temos uma imensidão de informação mais ou menos credível.

Eu acho que um jornal regional podia conseguir afirmar-se e tornar-se de referência se for um jornal dentro dos padrões de seriedade. Atualmente, não se faz pesquisa, talvez não haja tempo para fazer pesquisa, talvez os jornalistas não tenham sido formados para pesquisar. Depois, os jornais assim, não se impõem. Há aqui, também, a situação das cadeias de jornais e portanto fazem-se duas ou três páginas regionais e o resto é comum aos outros jornais da mesma cadeia.

CA: A nível pessoal, quais as principais diferenças antes de 1974 e depois de 1974?

NA: Eu estava habituado a acreditar nas pessoas e sabíamos que havia gente séria. Às vezes, a própria palavra servia de garantia. Estava habituado a ver respeitado quem trabalhava e, depois do 25 de abril, foi tudo abanado. Hoje é a cultura do viver facilmente, se possível viver de rendimentos, se possível encostado aos pais ou aos avós ou a alguém que pague a fatura. Hoje, a adolescência prolonga-se até aos 30 anos. No meu tempo, aos 18 anos as pessoas eram responsáveis e tinham obrigação de trabalhar para viver. Hoje as coisas alteraram-se, a circulação entre tudo é muito mais fácil, não há barreiras nem fronteiras.

Correio de Albergaria, 06/05/2015

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Eleições 1976

Foi em 12 de Dezembro de 1976 que se realizaram as primeiras eleições autárquicas em Portugal. Experiência única de democraticidade e de participação dos cidadãos na escolha dos que, mais perto de si, iriam assumir a administração local.

Para a presidência da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha concorria pelo PPD José Nunes Alves, que já ocupava o cargo desde os finais da década de 60, quando Vale Guimarães era governador civil de Aveiro. Nunes Alves passou incólume a turbulência do 25 de Abril de 1974, por se lhe reconhecer o seu passado de democrata, a sua capacidade de trabalho, a sua seriedade.

Presidiu à comissão administrativa que se seguiu à dissolução dos órgãos administrativos decretada após o 25 de Abril.

José Nunes Alves venceu e continuou por mais uns anos. Até 1981, quando faleceu.

A primeira Câmara Municipal eleita, de Albergaria-Velha, ficou assim constituída:

José Nunes Alves (PPD)

Prof. Rogério Camões (PPD)

Dr. Henrique Souto (PPD)

Eng. Rui Tavares (CDS)

Gualdino Silva (CDS)

António A. Martins Pereira (CDS)

Aires Rodrigues (PS)

A primeira Assembleia Municipal, eleita na mesma data, ficou presidida pelo Dr. Flausino Pereira da Silva. Dela faziam parte entre outros, Dr. Júlio Pereira (CDS), Lutero Letra da Costa (PPD), Armando Santos (PS), Carlos Mortágua (PPD), Mário Vidal da Silva (PPD),  Sebastião Resende (CDS), Silvino Lopes (PPD).

Os primeiros presidentes das Juntas de Freguesia, igualmente eleitos nesse dia, foram:

Albergaria: Manuel de Silva (CDS)

Angeja: Domingos Rodrigues de Silva (PPD);

Alquerubim: Manuel Barreto (CDS)

Branca: Grive da Silva Gomes (PPD));

Frossos: José António Praça (PPD);

S. João de Loure: Inocêncio Marques (PPD);

Valmaior: Manuel Letra (CDS)

Ribeira de Fráguas: João António da Silva (CDS)

Rogério São Bento Camões, Flausino Pereira da Silva e Carlos Manuel Melo Mortágua são os totalistas, pois desde 1976 que ocupam, ininterruptamente, cargos autárquicos.

Nos 20 anos de poder local, bem merecem, juntamente com os outros eleitos, a nossa homenagem.

Jornal de Albergaria, 19/12/1996

quinta-feira, 4 de junho de 2020

As eleições de outubro de 1969

Henrique Mendes (RTP) menciona os resultados dos concelhos de Torre de Moncorvo, Montalegre, Vila Nova de Gaia, Maia, Barreiro, Moita, Palmela, Almodôvar, Alvito, Aljustrel, Figueira da Foz, Ferreira do Zêzere, Entroncamento, Cartaxo, Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro, Mealhada, Espinho, Castelo de Paiva, Aveiro, Arouca; quadro com os resultados eleitorais.

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/resultados-das-eleicoes-para-a-assembleia-nacional/

Arquivo RTP




Manuel Homem Ferreira — Nat. de Albergaria-a-Velha. Tem 47 anos; licenc. em Direito pela Universidade de Coimbra. É advogado. Foi deputado à Assembleia Nacional na VII (1957-1961) e VIII Legislatura (1961-1965). Fez parte do concelho jurisdicional da Associação de Futebol de Aveiro e é presidente da comissão distrital da União Nacional de Aveiro.

As eleições de outubro de 1969 - João Palma-Ferreira (1970)

Obs: Foi igualmente deputado à Assembleia Nacional na X (1969-1973) e XI Legislatura (1973-1974).

Dados Biográficos no Blog de Albergaria

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terça-feira, 2 de junho de 2020

Manuel da Costa e Melo, 1913-2002

Manuel da Costa e Melo, 1913-2002

O Dr. Costa e Melo nasceu em Mourisca do Vouga, Águeda, em 1913.  Fez o seu estágio de advocacia e notariado em Albergaria-a-Velha.

Em 1931 colaborou com a Gazeta de Albergaria.

Colaborou com o Arauto de Osseloa mas foi convidado a sair após quaixas feitas à direcção do jornal.

Em 1995, já reformado, Costa e Melo escreveu vários artigos no Jornal de Albergaria. Nessas croniquetas, como lhe chamava, abordou vários assuntos relacionados com a nossa terra.

Memória de Albergaria em forma de saudades


- Era uma vez... - 09/02/1995
- O Dr. António Pinho- 23/02/1995
- O Dr. Hernani - 09/03/1995
- O doutor Silvino - 23/03/1995
- O Vasco Mourisca - 06/04/1995
- Os filhos de Adão - 20/04/1995
- A Senhora do Socorro - 25/05/1995
- O Frias (presente no assalto ao D. Maria) - 08/06/1995
- Arauto de Osseloa - 22/06/1995
- Última crónica - 20/07/1995

Dados Biográficos:

Manuel da Costa e Melo nasceu em Mourisca do Vouga, Águeda, em 1913. Licenciado em Direito, desenvolveu uma intensa participação na vida política do país, que lhe valeu a expulsão da Função Pública durante o Estado Novo, vindo a ser reintegrado somente em 1975.

Foi militante da União Socialista, da Acção Socialista Portuguesa e do Partido Socialista e participou activamente nas campanhas eleitorais de Norton de Matos e de Humberto Delgado e nos Congressos Republicanos de Aveiro, em 1957, 1969 e 1973. Após o 25 de Abril de 1974, fez parte da comissão Administrativa da Câmara Municipal, tendo sido, de 1976 a 1979, Governador Civil de Aveiro.

Com extensa obra publicada, Costa e Melo colaborou ainda em diversos jornais e revistas de Lisboa e do Porto e na imprensa regional de Águeda, Albergaria-a-Velha [Gazeta de Albergaria, Arauto de Osseloa e Jornal de Albergaria] e Aveiro.

Jornal da Bairrada - 21/03/2006

Sobre Vasco Mourisca

Tive contactos estreitos com ele quando, já eu instalado em Aveiro, comecei a mostrar os meus pruridos de escrevinhador de jornais e por ele fui convidado a colaborar, regularmente no ARAUTO DE OSSELOA (...)

Estávamos em pleno reino da Censura e o Vasco sabia bem quem eu era e do que era capaz o meu atrevimento, mas não hesitou nem no convite que formulou, nem em aceitar a proposta que então lhe fiz e era:

− Estou pronto a colaborar no teu jornal, se me deres um lugar certo, não importa em que página, e em que eu tenha plenos poderes. Entregarei na Tipografia a colaboração, farei a revisão das provas e tu, Vasco, só me lerás depois do jornal composto, impresso e distribuído.

E qual não foi o meu espanto quando o Vasco, em aceitação à minha atrevida proposta, me ofereceu o lugar de honra na segunda página, a duas colunas, com o título COLUNA-2 que passei a utilizar nas 8 edições em que lá colaborei, com respeito absoluto do Vasco em relação ao combinado.

E foi da minha parte que começou a haver aproveitamentos ilegítimos ou, pelo menos abusivos, do espaço concedido.

O primeiro, quase meigo, foi sobre a função do jurista, em que transcrevi do Bastonário Adelino da Palma Carlos, as seguintes palavras:

"A função do jurista não é dizer qual é a Lei, mas qual deve ser a Lei."

Abordei, no número seguinte, pela rama funda e pelas raízes, o problema moral do uso das bombas em geral e da de Hiroxima em especial.

Seguidamente vieram, como não podia deixar de ser, os símbolos míticos de D. Quixote e Sancho Pança em palavras dirigidas a Miller Guerra, um Quixote desse tempo negro.

Era o começo dos "corninhos de fora" e o quarto artigo, "Quinzena de três picos" abordava Nixon, Pompidou e, de novo, Cazal Ribeiro, dele dizendo que "nem por ser desassombrado no que diz, deixa de ser ensombrado pelo que diz".

E foi no seguinte, o Nº 7, que a coisa começou a azedar quando um leitor, por acaso até amigo e colega, passou a dizer e escreveu que "O Arauto de Osseloa soava a rachado e não lhe interessava" devolvendo-o.

No seguinte, que foi o último da minha colaboração, foram Miller Guerra, Homem de Mello e, de novo, Cazal Ribeiro, os alvos das minhas políticas bicadas, sobretudo quanto ao "nazi de trazer por casa" que o último era.

Corria então o ano de 1973 − ainda faltava um!!!

Foi então que se deu uma chamada do Vasco, ao Governo Civil.

Medricas como era, o Vasco procurou-me no Café Palácio que frequentávamos, para me contar os seus receios.

E foi lá que eu o tentei consolar com esta frase mefistofélica, mas bem impregnada de sorrisos se amizade:

− Deixa lá, Vasco! Se fores preso só tens que me dizer qual a cadeia e a marca de cigarros que fumas!

E lá foi "tremeliques" sem, à volta, ter de me indicar a cadeia e a marca dos cigarros.

O Vale Guimarães era amigo dos dois!

Mas o Vasco, o VASCO MOURISCA era, sobretudo, um Poeta e de tal valia que não me furto ao prazer de aqui deixar mais umas quantas linhas a caracterizá-lo como tal e como homem que às vezes até procurava ser advogado.

Ainda que Licenciado em Direito, com banca montada e presenças, ainda que esporádicas em Tribunais, o VASCO não era um Advogado. Pairava alto demais o borbulhar vulcânico da sua fantasia.

Quando dava ou o faziam dar por si, já os pés não tocavam o firme chão e as asas, desalinhadas, da sua fantasia, tinham arrastado a cabeça, por aí fora em busca de céus novos que tanto podia encontrar no bafiento de uma qualquer Torre do Tombo como na presença válida mas escorregadia de um "Arauto de Osseloa" com o qual despejou ar fresco no tradicional da Imprensa provinciana.

Eu teria assunto para páginas, muitas páginas, baseadas no VASCO.

O meu Arquivo, mesmo, dispõe de cartas, algumas curiosíssimas, em que o verde da tinta que ele usava, embeleza a sua caligrafia personalizada mas legível.

Mas quero-me ficar, aqui e agora, pela Poesia, por, como já disse, o VASCO ser, com todos os seus defeitos e virtudes, um Poeta.

E, como tal, roubar-lhe, para vós, uma dedada do seu talento que ao tempo não foi compreendida pela força das circunstâncias era 1961... − mas encantou a minha sensibilidade, apesar de se prender a realidades geográficas, ao perigo de certas vizinhanças e à esperança que pretendia semear-se ao lado da cana sacarina e em lugar, se possível, do jogo e da prostituição desenfreada.

Era Cuba, já a de Fidel de Castro, mas em que os herdeiros de Baptista pretendiam continuar a clamar pela Paz impondo ou tentando impor uma guerra que lhes permitisse a liberdade, uma estranha liberdade que fosse a dos invasores de braço dado com a servidão dos invadidos. / 71 /

Chamava-se MAR DAS ANTILHAS, fazia parte do seu livro de poesia MAHALIA e, por ser pequeno, apesar de enorme, o poema, não o quero amputar de qualquer dos seus versos:

"Não venhas intervir no meu jardim;
só porque as minhas rosas,
que me agradam a mim,
são, para ti, presenças acintosas!

Cultiva as tuas flores, se bem te apraz,
Aduba, livremente, a tua terra.
Mas não venhas impor-me a tua paz,
que a tua paz, aqui, chama-se guerra."

E julgo que depois do que aí fica, tudo seria demais para caracterizar o Vasco Mourisca, esse senhor que sem deixar de ser de toga, foi, sobretudo e acima de tudo, um homem que em vez de Minerva conviveu com Orfeu.

http://ww3.aeje.pt/avcultur/Avcultur/CostaMelo/GenteToga/Gente068.htm


O Leite de Pinho



Palavras de Manuel Homem Ferreira

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Demissão de Augusto Martins Pereira

Pode ser consultado na internet, em https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=3889412, o processo relativo à Demissão de Augusto Martins Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha (1957/8), pertencente ao Arquivo Salazar.

Revela as relações pouco amistosas com o Governador Civil de Aveiro Francisco Vale Guimarães e com as comissões políticas da União Nacional. O substituto na Câmara foi o Coronel Gaspar Inácio Ferreira.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

As Câmaras Municipais e o Ministério das Finanças entre 1908 e 1975

CATÁLOGO ELECTRÓNICO DO ARQUIVO CONTEMPORÂNEO DO MINISTÉRIO DAS FINANÇAS (Arquivo Contemporâneo do Ministério das Finanças 2010)

Até 1974, sempre que uma Câmara Municipal necessitava de contrair um empréstimo, estava obrigada a solicitar autorização ao Ministério das Finanças, que analisava as contas camarárias, por forma a verificar se a edilidade tinha condições financeiras para satisfazer o empréstimo.

No Arquivo Contemporâneo do Ministério das Finanças existe uma vasta série documental, imprescindível a todos os interessados em história local, intitulada «Empréstimos às Câmaras Municipais», que está a ser devidamente descrita e informatizada.

A documentação está balizada entre 1908 e 1975 e um processo é constituído, regra geral, pela seguinte tipologia documental:

-   Requerimento ao Ministro das Finanças solicitando autorização para contrair o empréstimo.

-     Cópia da acta da reunião de Câmara onde se deliberava o pedido de empréstimo.

-     Cópia da sessão do Conselho Municipal.

-     Certidão dos saldos em dívida de empréstimos contraídos anteriormente.

-     Relação nominal das dívidas passivas.

-     Orçamento ordinário do ano económico em que se solicitava o empréstimo.

-     Conta de gerência do ano anterior.

-     Avaliação do pedido de empréstimo pelo Ministério das Finanças.

-     Despacho do Ministro das Finanças.

-     Comunicação à Câmara Municipal do despacho ministerial.

-     Publicação da portaria no «Diário do Governo» a autorizar o empréstimo.


Esta série é uma preciosa fonte documental para todos aqueles que se dedicam ao estudo da história local, uma vez que através destes processos se consegue traçar o quadro socio-económico do país, perceber quais os sectores onde o investimento municipal se fazia sentir com mais insistência, comparar os investimentos díspares entre os diversos municípios do país, etc.

No InfoGestNet, pode agora ter acesso aos registos dos empréstimos das primeiras vinte e cinco câmaras, organizados alfabeticamente. Periodicamente, serão disponibilizados novos registos respeitantes a outras câmaras municipais.

Ana Gaspar, Data: 30/09/2003

CÂMARA MUNICIPAL DE ALBERGARIA-A-VELHA

Empréstimos:


1942/11/01 - Conversão de empréstimo anterior destinado à electrificação de várias localidades

Trata-se do pedido de empréstimo de 100 contos destinado à conversão de empréstimo de igual montante contraído em 1935 para electrificação das freguesias da Branca (lugares de Albergaria-a-Nova e Branca), de Frossos e de Angeja. Desconhece-se se o pedido foi concedido.

1947/12/17 - Electrificação de várias povoações e amortização de empréstimo entre particulares

Trata-se do empréstimo de 800 contos destinado a: 1) Electrificação das povoações de Loure, S. João de Loure, Azenhas, Pinheiro, Alquerubim, Paus, Vale Maior, Ribeira de Fráguas, Telhadela, Nobrijo, Fradelos, Soutelo, S. Marcos e Fontão (700 contos);

2) Amortização do empréstimo contraído para electrificação das freguesias de Branca, Angeja e Frossos, entre particulares (100 contos). Foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 227, II série, de 28 de Setembro de 1948.

1950/03/18 - Electrificação do concelho

Trata-se do empréstimo de 215 contos destinado a ligações de alta tensão das linhas da União Eléctrica Portuguesa a vários postos de transformação do concelho, nomeadamente de Alquerubim, S. João de Loure, Sobreiro e Albergaria-a-Nova.

Foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 76, II série, de 29 de Março de 1952. Este empréstimo veio substituir um anterior de igual montante feito junto de particulares e aprovado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 34, II série, de 12 de Fevereiro de 1951. A Câmara Municipal solicita a transferência do empréstimo a 4 de Junho de 1951, devido às dificuldades criadas pelo juro muito baixo, ao prazo demasido longo da amortização e aos encargos fiscais da operação para os mutuantes.

1947/12/17 - Abastecimento de água a Albergaria-a-Velha, Assilhó e Sobreiro

Trata-se do empréstimo de 955 contos destinado ao abastecimento de água à sede do concelho e aos lugares de Assilhó e Sobreiro. Foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 149, II série, de 30 de Junho de 1951.

1952/12/30 - Aquisição de contadores de água

Trata-se do empréstimo de 240 contos destinado à aquisição de contadores de água para abastecimento de água à vila de Albergaria-a-Velha e aos lugares de Assilhó e Sobreiro. Foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 86, II série, de 11 de Abril de 1953. A 5 de Dezembro de 1953, a Câmara Municipal solicitou autorização para aplicar o saldo de 85.897$00 para o pagamento do ramal de alta tensão, abastecedor de energia eléctrica da central elevatória de água, o que foi autorizado por despacho do Subsecretário de Estado do Tesouro de 23 de Janeiro de 1954.

1954/12/30 - Abastecimento de água a Albergaria-a-Velha, Assilhó e Sobreiro

Trata-se do empréstimo de 140 contos destinado ao abastecimento de água à sede do concelho e aos lugares de Assilhó e Sobreiro. Foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 270, II série, de 21 de Novembro de 1955.1961 - Aquisição de máquinas de contabilidade

1962/12/31 - Abastecimento de água a Angeja, Frossos e Fontão

Trata-se do empréstimo de 700 contos destinados ao abastecimento de água a

Angeja, Frossos e Fontão. Foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 209, II série, de 5 de Setembro de 1963.

1963/08/30 - Abastecimento de água e remodelação da rede eléctrica

Trata-se do empréstimo de 4500 contos destinado a:

1) Obras de remodelação da rede eléctrica (3000 contos);

2) Remodelação da rede de abastecimento domiciliário de água (800 contos);

3) Aquisição de contadores de água (250 contos);

4) Aquisição de contadores de energia eléctrica (200 contos).

Foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 121, II série, de 14 de Maio de 1969. A 20 de Outubro de 1970, a Câmara Municipal solicita autorização para utilizar o saldo de 1300 contos da verba de 3000 contos na compra de terrenos para construção, pelo Estado, da Escola Técnica e na urbanização do local onde se encontra em construção a Escola Preparatória Conde D. Henrique, o que foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 279, II série, de 2 de Dezembro de 1970. Tendo conhecimento que o Estado assumia os encargos com a aquisição dos terrenos referidos, pretende a Câmara Municipal utilizar a verba de 1300 contos na obra de remodelação da rede de abastecimento de água a Albergaria-a-Velha, Assilhó e Sobreiro, o que é autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 183, II série, de 5 de Agosto de 1971

1964/12/17 - Aquisição de terreno para o mercado e urbanização de Albergaria-a-Velha

Trata-se do empréstimo de 500 contos destinados à aquisição de terreno para o mercado e urbanização da sede do concelho. Foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 141, II série, de 16 de Junho de 1965.

1968/09/16 - Construção de edifício escolar

Trata-se do empréstimo de 2500 contos destinados à construção do edifício do Ciclo Preparatório do Ensino Secundário. Foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 121, II série, de 22 de Maio de 1969. Contém memória descritiva e projectos para a obra.

1968/12/16 - Construção do mercado municipal

Trata-se do empréstimo de 1500 contos destinados à construção do mercado municipal.

Foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 121, II série, de 22 de Maio de 1969.

https://novos-arruamentos.blogspot.com/2011/04/escola-tecnica-emprestimos.html

Empréstimo de 2500 contos destinados à construção do edifício do Ciclo Preparatório do Ensino Secundário. [autorização: Diário do Governo n.º 121, II série, de 22 de Maio de 1969]

A 20 de Outubro de 1970, a Câmara Municipal solicita autorização para utilizar o saldo de 1300 contos da verba de 3000 contos na compra de terrenos para construção, pelo Estado, da Escola Técnica e na urbanização do local onde se encontra em construção a Escola Preparatória Conde D. Henrique, o que foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 279, II série, de 2 de Dezembro de 1970.

Tendo conhecimento que o Estado assumia os encargos com a aquisição dos terrenos referidos, pretende a Câmara Municipal utilizar a verba de 1300 contos na obra de remodelação da rede de abastecimento de água a Albergaria-a-Velha, Assilhó e Sobreiro, o que é autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 183, II série, de 5 de Agosto de 1971.

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